Título: Para Genoino, candidatura própria em 2006 não justifica rompimento
Autor: Vânia CristinoEugênia Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/12/2004, Nacional, p. A-5

O presidente nacional do PT, José Genoino, disse ontem que não vê motivos para o PMDB deixar a base aliada do governo Lula. Ele argumentou que o fato de ter candidatura própria nas eleições presidenciais de 2006 não justifica a decisão tomada pela legenda na convenção de anteontem em Brasília. ¿Consideramos que até o momento não foram apresentadas divergências de conteúdo, fundamentais, em relação aos rumos do nosso governo¿, afirmou. ¿O presidente Lula já deixou claro que qualquer partido que apóia o governo tem inteira liberdade de lançar candidato próprio em 2006. E o PT será o último a dizer (aos partidos) que não tenham candidato.¿ O presidente do PT disse ainda que sua legenda vai continuar mantendo a política de aliança com os parlamentares que apóiam o governo Lula no Congresso ¿ tanto do PMDB quanto do PPS (que também decidiu deixar a base aliada e entregar os cargos). ¿O PT quer uma coalizão política permanente¿, afirmou. ¿E não vai acirrar as relações nem com o PMDB nem com o PPS. Nós vamos manter as relações com os que quiserem se relacionar positivamente com o PT e com o governo¿, acrescentou. Genoino disse que a decisão das duas legendas é assunto interno delas. ¿Nós discordamos, mas respeitamos e não vamos nos intrometer, diferentemente do que fez com o PMDB o governo anterior¿, disse, referindo- se ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Para ele, a decisão do PMDB de sair do governo não vai afetar as relações entre os dois partidos em Estados e Prefeituras. ¿Vamos continuar com a coalizão que nasceu das urnas.¿ Na esfera estadual, o petista informou que a posição do PT em relação ao PMDB só será objeto de discussão em relação ao governo de Roberto Requião no Paraná. ¿Nós participamos do governo do Paraná e vamos discutir (a posição a ser adotada)¿, comentou.