Título: Relatório deMentorcita Gustavo Franco
Autor: Leonel Rocha
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/12/2004, Nacional, p. A-12

Deputado doPTapresenta hoje as conclusões da CPIdo Banestado

O deputado José Mentor (PTSP) apresenta hoje o resultado de um ano e meio de trabalho da CPI do Banestado, que investigou as remessas ilegais de dinheiro feitas entre 1996 e 2003. Serão 650 páginas de relatório e mais 350 folhas de anexos de provas sobre a evasão. O ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, os ex-dirigentes do Banestado, centenas de doleiros e milhares de pessoas físicas serão apontados no relatório como responsáveis e beneficiários das normas do BC que possibilitaram a saída irregular de dinheiro do País via conta CC-5. A venda do Banco Excel ao espanhol BBV também será lembrada pelo relator. Mentor investigou a coincidência das aplicações do dinheiro do Tesouro Nacional no mesmo dia em que o BBV comprou o Excel. Este era o motivo por que o relator queria reconvocar Gustavo Franco, mas a bancada do PSDB não permitiu. Desde quinta-feira, quando não compareceu à reunião da CPI para apresentar o relatório, que o deputado José Mentor revisa as suas conclusões finais. Mentor quebrou o acordo que tinha feito com o presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), de apresentar o relatório ontem no começo da noite para que os membros da comissão pudessem chegar à reunião de hoje conhecendo o texto. ¿Resolvi adiar a entrega para amanhã (hoje), na hora da reunião, para evitar vazamentos¿, justificou Mentor. EMENDAS A apresentação do relatório de Mentor vai provocar a sugestão de emendas ao texto, principalmente por parte do senador Antero Paes de Barros. As emendas previstas por Antero servirão, também, para tentar anular as acusações que deverão ser feitas pelo relator ao ex-presidente do BC Gustavo Franco durante o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. O deputado Sérgio Miranda (PC do B-MG), um dos membros da comissão, vai sugerir várias alterações na legislação financeira brasileira para impedir a evasão de divisas. Entre as sugestões está a troca de informações oficiais entre a Receita Federal e o Banco Central toda vez que um brasileiro envie dinheiro ao exterior ou receba grandes quantias de lá.