Título: Umpresidente movido a paixão
Autor: Cleide Silva
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/12/2004, ECONOMIA & NEGÓCIOS, p. B-12

Young conquista funcionários e executivos pela informalidade

No comando da GM do Brasil desde janeiro, Ray Young diz que

¿Gosto muito do Brasil eme sinto como se vivesse aqui há 11anos e não há 11 meses¿ um de seus méritos até agora foi restabelecer a paixão dentro da empresa. O grupo, admite, havia perdido um pouco o foco. ¿Quando caminho pela fábrica vejo as pessoas sorrindo e isso é bom¿, diz ele, reforçando a tese de que funcionário motivado produz mais e melhor. Informal e extrovertido, ele protagonizouumdos mais inusitados momentos no Salão do Automóvel realizadoemSão Pauloemoutubro. Ao som da música que vai embalar as campanhas da marca em todo o mundo, `All right now¿, na ocasião interpretada pelo cantor Paulo Ricardo, ele dançou animadamente em meio aos carros expostos no estande e a um grande grupo de jornalistas surpresos com sua performance. ¿Não houve nenhuma combinação para a dancinha; eu ouvi a música, o ambiente estava bom, foi uma decisão de momento¿, diz ele. Também foi uma forma de demonstrar a satisfação pelos resultados deste ano, explica o executivo. Houve quem dissesse que a performance ocorreu porque a empresa não tinha novidades para mostrar no salão. ¿É inveja¿, rebate Young. Para o funcionário Donizete Lucio Souza, da fábrica de São José dos Campos, ¿de todos os presidentes que já passaram pela GM do Brasil, ele é o que mais se aproxima da alegria do nosso povo.¿ O presidente do Sindipeças (reúne empresas de autopeças), Paulo Butori, diz que teve receio de que ele fosseumconservador, mas depois percebeu que ele ¿é agregador, gosta de estabelecer metas e comemora quando as atinge.¿ Young se comunica muito bem em português, mas segue com aulas do idioma duas vezes por semana. No início, eram diárias. ¿Gosto muito do Brasil e sinto como se vivesse aqui há 11 anos, e não há 11 meses¿, brinca. Depois dos Estados Unidos, onde está a matriz da GM, a filial brasileira é a terceira maior do grupo em produção, atrás da Alemanha e China.Asubsidiária, que fatura US$ 4 bilhões, menos de 3% da receita total prevista pelo grupo este ano, tem sido uma escola para executivos. Dos últimos quatro que passaram pelo País, só o ex-presidente Walter Wieland, que se aposentou, não foi convocado para cargos na matriz. O presidente mundial, Richard Wagoner, foi um dos que passou por estágio no País. Young deve seguir o mesmo passo dos antecessores. ¿Primeiro tenho de fazer a GM ganhar dinheiro aqui¿, desconversa o executivo, formado na área de finanças. Filho de chineses, ele nasceu no Canadá e está naGMhá 18 anos. Este é seu primeiro cargo de comando. Sob sua administração, a GM já enviou três executivos brasileiros para outras filiais do grupo. José Roberto Favarin, diretor de pósvendas, foi presidir a subsidiária da Venezuela. Paulino Varela, diretor de produção, está à frente da unidade de Portugal e Edgar Lourençon, diretor de vendas, acaba de assumir aGMdo Chile.