Título: Mulheres à frente nas separações
Autor: Karine Rodrigues
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/12/2004, Vida &, p. A13

São elas que tomam a iniciativa em 72% dos casos de separação judicial não consensual e em 53,4% dos divórcios

Se o sonho do casamento está geralmente associado ao universo feminino, os números do IBGE comprovam que é ela quem toma a dianteira na hora de dar o ponto final na união. Na separação judicial não consensual, a proporção de mulheres requerentes (72%) foi mais do que o dobro da registrada entre os homens (28%), segundo dados do ano passado. Para os maridos, o pedido ocorreu, em média, aos 37,9 anos, uma idade pouco mais alta da encontrada para a mulher: 35,2 anos. No caso do divórcio, a diferença não foi tão acentuada: 46,6% dos pedidos foram feitos pelos homens e 53,4%, pelas mulheres. Segundo o pesquisador do IBGE Cláudio Crespo, isso pode estar associado ao fato de que eles casam novamente em uma proporção maior do que a registrada entre as mulheres.

As estatísticas relativas ao período de 1993 e 2003 mostram que, proporcionalmente, o número de desenlaces foi muito maior do que as uniões. Enquanto houve um aumento de 0,2% na quantidade de casamentos, o volume de separações subiu 17,8%, passando de 87.885 para 103.529. No caso dos divórcios, a variação foi ainda maior: 44%, sendo 138.676 só no ano passado. O crescimento, para o pesquisador, pode ser atribuído à mudança da legislação, que deixou de exigir a separação legal como condição para o divórcio.

Embora adiado, o casamento entra nos planos com uma freqüência maior do que ao longo da década passada. Em 2003, foram realizadas 748.981 uniões legais, quantidade que supera a média de 740 mil registrada nos anos de 1990. Em números absolutos, São Paulo foi o Estado onde ocorreram mais matrimônios: 201.658, o dobro de Minas, segundo no ranking.