Título: Morte violenta ainda atinge mais os homens
Autor: Karine Rodrigues
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/12/2004, Vida &, p. A13

Estatísticas sobre homicídios e acidentes de trânsito mostram que a violência já é um fenômeno generalizado no País. Além dos grandes centros urbanos, como Rio e São Paulo, Estados de regiões menos desenvolvidas, como as Norte e Nordeste, apresentam um acentuado número de óbitos por causas violentas. O problema ocorre, especialmente, entre pessoas do sexo masculino. Entre 1993 e o ano passado, houve um aumento de 13,7% na participação de óbitos violentos entre os homens, sendo que a proporção encontrada para eles foi quase quatro vezes maior que a registrada entre as mulheres.

Embora o Rio ainda lidere a taxa de mortalidade na faixa de 15 a 24 anos entre homens (com 248,6 mortes por 100 mil habitantes), seguido do Espírito Santo (223,9) e São Paulo (208), todos do Sudeste, o pesquisador do IBGE Celso Simões ressalta que as proporções são significativamente altas em todas as regiões do País. "A tendência é de generalização", avalia, citando, como exemplo, o caso do Distrito Federal, de Rondônia e de Roraima, que, no ano passado, apresentaram os três maiores porcentuais de óbitos violentos entre os homens, respectivamente 24,5% e, nos dois últimos casos, 24,1%.

No País, a proporção de mortes violentas para ambos os sexos, no ano passado, foi de 11,9% do total de óbitos. "É um número alto. Basta considerar que, na Inglaterra, está na faixa dos 5%", observa o pesquisador.