Título: Marta tira mais verbas de obras para pagar salários
Autor: Sérgio Gobetti
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/12/2004, Metrópole, p. C-3

Para garantir o pagamento da folha salarial de dezembro, a prefeita Marta Suplicy (PT) remanejou mais de R$ 454 milhões de uma série de programas e obras ou as gratuidades do bilhete único. O decreto foi publicado sábado no Diário Oficial do Município. Com isso, o total orçado para pagamento de funcionários ativos e inativos ultrapassa os R$ 4,975 bilhões, segundo levantamento do gabinete do vereador Roberto Tripoli (PSDB). ¿Isso não significa necessariamente que as obrigações salariais serão pagas agora¿, disse. O temor é que parte dos pagamentos fique para 2005. Segundo a Secretaria Municipal de Finanças, a transferência de recursos foi feita para o pagamento de dezembro e o 13.º dos funcionários. A pasta garantiu que o 13.º será depositado no dia 20 e o salário, no dia 30. Nas últimas semanas, a Prefeitura fez outros remanejamentos para pagar servidores. Desta vez, a rubrica que mais cede recursos é o Bairro Legal, que regulariza loteamentos clandestinos, com R$ 29,6 milhões.Emseguida vem o programa de gratuidades e reduções de tarifa do bilhete único: R$ 25,8 milhões. Outros montantes vêm de programas quenem foram postosemprática, como o do hospital de M¿Boi Mirim, na zona sul. PROTESTOS As empresas Locar e Trak e a cooperativa Unitransp, que distribuem merenda às escolas e creches municipais, param hoje as atividades, das 5 às 9 horas, para protestar pelo atraso de quatro meses no pagamento, diante do depósito de merenda da Prefeitura, na zona norte. Segundo o presidente da Unitransp, Vicente Ximenes, a Secretaria de Abastecimento deve cerca de R$ 2 milhões à cooperativa. A secretaria diz desconhecer o problema. Já os músicos do Teatro Municipal protestarãoem apresentação dos Corais Lírico e Paulistano e da Sinfônica Municipal na Catedral da Sé, às 18 horas, porque o contrato de prestação de serviços para 2005 não foi renovado. A Secretaria de Cultura informa que isso não ocorreu por obediência à Lei de Responsabilidade Fiscal.