Título: Seixas Corrêa em campanha pela direção da OMC
Autor: Denise Chrispim Marin
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/01/2005, Nacional, p. A5

CANDIDATURA: O embaixador Luiz Felipe de Seixas Corrêa, chefe da missão do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC), afirmou ontem que as nações mais ricas já controlam a OMC, pois comandam o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Portanto, a direção-geral do organismo deve ser ocupada por um país em desenvolvimento. Candidato ao cargo e em plena campanha, Seixas Corrêa fez essa declaração a ministros do Comércio do Caricom, o bloco dos países do Caribe, em Georgetown, na Guiana. Deve repetir o mesmo discurso hoje na África do Sul. O embaixador, entretanto, não é o único representante do mundo em desenvolvimento no páreo. Na mesma América do Sul, o uruguaio Carlos Pérez del Castillo foi lançado bem antes e conseguiu o apoio da maior parte dos países da região. Tanto que nem Argentina nem Chile pretendem voltar atrás e votar em Seixas Corrêa. Outro concorrente é Jaya Cuttaree, das Ilhas Maurício. Porém, o mais temido competidor - e principal alvo dessas declarações de Seixas Corrêa - é o francês Pascal Lamy, ex-comissário de Comércio da União Européia. Como forma de convencer os "eleitores" do Caribe, Seixas Corrêa insiste em que o Brasil tem sido "sensível às preocupações" da região na OMC e, quando as negociações chegarem à fase decisiva, será imperativo "maximizar as convergências". "Precisamos estar juntos para enfrentar os grandes desafios que vierem adiante."