Título: Risco tem 7.ª queda e vai a 388 pontos
Autor: André Palhano e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/12/2004, Economia, p. B10

O risco país caiu ontem pela sétima vez consecutiva e atingiu 388 pontos - recuo de 1,52%. O número continua sendo o menor desde outubro de 1997, quando o índice estava em 374 pontos. O C-Bond avançou 0,43%, vendido com ágio de 2,25%. O Ibovespa caiu 0,48%, num dia de vencimento de opções. Os juros futuros de longo prazo também projetaram queda. O dólar voltou a recuar, desta vez 1,29%, para R$ 2,676 (ver página B1). Na Bolsa paulista, o vencimento de opções movimentou R$ 1,26 bilhão do volume total negociado de R$ 2,82 bilhões. Como era de se esperar, os papéis de maior destaque foram os de maior peso no vencimento: Telemar, cujo exercício ficou concentrado nas opções de compra entre R$ 40 e R$ 42, Petrobrás e Companhia Vale do Rio Doce. O Ibovespa manteve-se em discreta queda durante todo o pregão, e fechou em 25.536 pontos.

Alguns investidores aproveitaram para arbitrar trocas de papéis setoriais, mas sem maior peso no comportamento do mercado. Apesar de boa parte dos agentes financeiros já estar aproveitando a folga de fim de ano - os volumes negociados tendem a cair nos próximos dias -, o começo da semana trouxe boas notícias, além do recuo do petróleo e do risco: a queda da arrecadação em novembro ficou dentro das estimativas e o fluxo cambial em dezembro voltou a ficar fortemente positivo. E as expectativas de inflação levantadas pelo Banco Central (BC) mais uma vez recuaram, reforçando a tese de parte do mercado segundo a qual o ciclo de aperto monetário acabou.

Tudo dependerá, é claro, da ata da última reunião do Copom, que o Banco Central divulga nesta quinta-feira, sem dúvida o evento mais relevante da semana.

As notícias sobre a eventual saída de dois diretores do BC, Afonso Bevilaqua e Alexandre Schwartsman, não influíram nos negócios.

As boas notícias do dia mexeram com as projeções de juro de longo prazo. Mas as taxas de curto prazo seguem amarradas à expectativa pela ata do Copom. "O cenário positivo ainda não trouxe um reflexo efetivo sobre a inflação, e, por isso, a ata pode não vir tão tranqüila", comentou um operador.

O Tesouro Nacional comprou ontem 1.435.000 LTNs (prefixadas) com vencimento em 4/1/2005, pagando a taxa média de 17,72% ao ano. Hoje, ele ofertará LTNs, LFTs e NTN-Bs.