Título: PT inocenta Marta e espera saída de tucano
Autor: Denise Madue¿oJoão Domingos
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/01/2005, Metrópole, p. C3

Vereadores do PT negaram ontem que a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) tenha articulado ou influenciado o processo de escolha do presidente da Câmara Municipal. Líder de governo dos dois últimos anos da gestão, o vereador João Antônio (PT) disse que o apoio ao vencedor da disputa, Roberto Tripoli (PSDB), foi uma decisão da bancada petista na Casa. Mesma explicação foi dada pelos vereadores Arselino Tatto, ex-presidente da Casa e indicado pela bancada para ocupar a primeira-secretaria neste ano, e Antonio Donato, o último secretário das Subprefeituras. "Marta não interferiu. Quem tentou interferir foi (o prefeito José) Serra", disse Tatto. "Ela recebeu com surpresa a decisão da Câmara."

Donato assegurou que nenhum vereador do partido recebeu ligação de políticos mais próximos de Marta ou de integrantes da direção nacional do partido. "Perguntamos na reunião de ontem (anteontem) se alguém tinha recebido alguma ligação."

Tanto Donato quanto Tatto criticaram o senador Eduardo Suplicy (PT), que disse ter ouvido do prefeito José Serra, anteontem, que o tucano desconfiava da participação de Marta no episódio. "Não fica bem para o senador ser o porta-voz do PSDB", observou Donato.

João Antônio garantiu que a ex-prefeita não foi consultada sobre a decisão. "Eu, que fui o líder da prefeita, não recebi nenhum telefonema dela. E nem mesmo liguei para ela depois para falar sobre isso", assegurou.

Para o petista, haveria uma "possibilidade" de Tripoli se filiar ao PL. "Acho que ele vai parar para pensar uns dias. Creio que ficará sem partido em um primeiro momento", arriscou. Tripoli ainda não fala de seu futuro partidário, mas negou a informação. O líder da legenda na Câmara, Antonio Carlos Rodrigues, disse que "as portas estão abertas para ele, mas não tem nada acertado".