Título: Novo prefeito de Osasco afirma que cidade está à beira do colapso
Autor: Leonencio Nossa
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/01/2005, Nacional, p. A6

O prefeito de Osasco, Emídio de Souza, do PT, disse ontem que gastou os primeiros cinco dias de sua administração tentando evitar a paralisação total de serviços à população. "Encontramos uma situação caótica", afirmou, numa primeira avaliação do quadro de herdou de seu antecessor, o prefeito Celso Giglio, do PSDB. "O problema mais grave é o da saúde", disse. "Os postos de atendimento não têm médicos nem remédios, porque os contratos não foram renovados", explicou. "Do total de ambulâncias da cidade, dois terços estão paralisados, por falta de reparos mecânicos."

Emídio deve ter um relatório detalhado da situação de cada secretaria dentro de 15 dias. No momento, disse ele, corre para evitar o colapso em áreas de maior interesse da população. Citou o caso da merenda escolar, que deixou de ser fornecida às creches dia 31, quando venceram os contratos com as merendeiras. "Todas foram automaticamente exoneradas", contou. "Tive de chamá-las de volta e renovar os contratos em caráter de emergência."

O mesmo ocorreu com coveiros e varredores de rua: "Não havia mais quem enterrasse os mortos ou recolhesse o lixo".

Um dos principais erros da administração anterior, segundo Emídio, foi não realizar concursos para a contratação de funcionários, trabalhando quase sempre na base de contratos temporários. Quando eles venceram, no fim de dezembro, a cidade quase parou. "Foi uma política de terra arrasada."

O prefeito anunciou que deve abrir sindicâncias para apurar o sumiço de equipamentos públicos. Citou especificamente o caso de um conjunto de computadores que foram doados para o Fundo Social de Solidariedade e sumiram.

DÍVIDA

Emídio não quis dar números sobre a situação financeira que recebeu. "Prefiro falar quando concluir o levantamento que está sendo feito. Posso adiantar que a dívida é grande, com muitos compromissos de curto prazo."

Osasco fica na região metropolitana de São Paulo e tem 700 mil habitantes. Seu orçamento é o quinto maior do Estado.