Título: `Sistema único não pode ser sabotado¿
Autor: Eduardo Nunomura
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/01/2005, Nacional, p. A4

Em convênios, o governo repassou aos Estados R$ 181,8 milhões em 2004. Outros R$ 117,3 milhões que complementam o Fundo Nacional de Segurança Pública foram gastos em compras diretas. Neste governo, a Senasp optou por comprar carros de polícia (4.200 nos últimos dois anos), financiar um sistema automatizado de identificação de impressões digitais (ainda em fase de implementação), laboratórios de DNA (em sete Estados) e ensino à distância de policiais. A justificativa era a de que em compras de maior volume a economia seria maior. "A economia foi sensível, porque tivemos ganho de escala. Com 27 licitações estaduais, todas passíveis de questionamento, não haveria essa redução de custos", garante Luiz Fernando Corrêa, secretário nacional de Segurança Pública. "Só que esse centralismo nem sempre atende à necessidade dos Estados, além de terem pago mais pelos carros", diz o secretário de Mato Grosso, Célio Wilson de Oliveira. "Faltou agilidade na compra das 110 viaturas que solicitamos", acrescenta o secretário-adjunto mineiro, Luís Flavio Sapori. O secretário do Rio Grande do Norte e presidente do Conselho de Secretários de Segurança Pública do Nordeste, Francisco Glauberto Bezerra, não concorda com a reclamação dos seus colegas e defende o governo. "O Susp tem que ser fortalecido, trabalhado integralmente por todos, e não sabotado." E complementa: "Todo mundo sabe que segurança pública não se resolve só com viatura e armas. É preciso ter uma polícia com inteligência." Em 2004, o Estado recebeu R$ 13 milhões da União, ante os R$ 8 milhões do ano anterior. "Recebemos mais porque fazemos o dever de casa", diz.