Título: Mercado prevê alta de 0,5 ponto na taxa de juros
Autor: Lourdes Sola
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/01/2005, Economia, p. B3

O mercado aposta em alta de 0,5 ponto porcentual na taxa de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da próxima semana. Projeções divulgadas ontem na pesquisa semanal do Banco Central apontam para juros de 18,25% em janeiro - estão em 17,75%. Na pesquisa da semana passada, eram de 18%. Se ocorrer, será o quarto aumento de meio ponto nos juros. Em conseqüência, espera-se inflação menor em 2005. As projeções de mercado para o IPCA de 2005 recuaram de 5,7% para 5,67%. As previsões de reajuste de preços administrados caíram de 7,09% para 7%. Já a expectativa de taxa de câmbio ficou estável em R$ 2,95. Para 2004, a estimativa de inflação passou de 7,47% para 7,48%, porcentual menor que o teto de 8% da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Apesar da queda, as projeções para a inflação deste ano prosseguem distantes da meta de 5,1% a ser perseguida pelo Copom. A nova projeção também é superior aos 5,3% projetados pelo BC. A estimativa levava em conta a manutenção dos juros em 17,75% e taxa de câmbio de R$ 2,75. O mercado manteve a aposta de que os juros fecharão o ano em 16%.

Ao elevar as projeções de juros para janeiro, os analistas ouvidos pelo BC passaram a trabalhar com a previsão de que as taxas voltem a subir mais 0,5 ponto porcentual na reunião do Copom da próxima semana. Caso isso ocorra, será o quarto aumento mensal de juros na mesma magnitude. Ao iniciar a rodada de aumentos em setembro de 2004, o Copom subiu a taxa em 0,25 ponto porcentual, elevando os juros de 16% para 16,25%.

Depois disso, foram três seqüências de alta de 0,5 ponto porcentual que deixaram os juros no fim de 2004 em 17,75% ao ano. Apesar da cautela em relação aos rumos da política monetária, os analistas aumentaram as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano de 3,5% para 3,6%. Foi a primeira elevação após dez semanas em 3,5%. Apesar do aumento, a nova projeção de 3,6% está abaixo dos 4% estimados pelo BC no Relatório de Inflação divulgado no fim de 2004.