Título: Importação aumenta mais que exportação
Autor: Denise Chrispim MarinFredy Krause
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/01/2005, Econmia, p. B4

A balança comercial da primeira semana de 2005 mostra importações crescendo mais rápido que as exportações, alimentadas especialmente pela valorização do real. Apesar desse ritmo, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) registrou saldo positivo para o Brasil, de US$ 376 milhões. As compras somaram US$ 1,422 bilhão, um aumento da média diária de desembarques de 41,7%, em comparação a de janeiro do ano passado. As exportações totalizaram US$ 1,798 bilhão, uma média diária 30,2%.

Em comparação com dezembro de 2004, porém, fica clara a influência desfavorável da taxa de câmbio no saldo comercial. As vendas ao exterior foram 10% menores, nessa comparação, enquanto os desembarques de produtos importados cresceram 15,1%. Tradicionalmente, a primeira semana de janeiro apresenta queda nas duas mãos do comércio em relação ao mês anterior.

De acordo com a Secex, as exportações da primeira semana de janeiro foram puxadas sobretudo pelo crescimento de 52,6% nas vendas de manufaturados, cuja média diária, no período de comparação, cresceu de US$ 141,4 milhões para US$ 215,8 milhões. Para o resultado contribuiu, sobretudo, o crescimento das exportações de laminados planos de ferro ou aço, aviões, óxidos e hidróxidos de alumínio, motores e turbinas para aviação, autopeças, suco de laranja, chassis com motor, motores e geradores e óleos combustíveis.

Já as exportações de semimanufaturados cresceram 19,2%, tendo sua média diária, no período de comparação, crescido de US$ 46,9 milhões para US$ 55,9 milhões. Para este resultado contribuíram, principalmente, os semimanufaturados de ferro/aço, ferro fundido, ligas de alumínio, ferro ligas e celulose.

Por fim, as exportações de produtos básicos registraram crescimento de 1,4%, de US$ 82,9 milhões na média diária de janeiro de 2004 para US$ 84 milhões na media diária da primeira semana de janeiro de 2005, graças, sobretudo, aos embarques de carne suína, fumo em folhas, óleos bruto de petróleo, carne de frango, carne bovina e café em grão.

Referentes a um período muito curto, os números não surpreendem o governo, que está ciente do ritmo mais acentuado das importações que das exportações em 2005 por conta, principalmente, da relação cambial. O aumento da demanda interna, dos preços menos favoráveis para algumas commodities e da possível diminuição do consumo mundial também deverão interferir no saldo comercial do ano.