Título: Decreto incentiva formação de profissionais de saúde
Autor: Lígia Formenti
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/01/2005, Nacional, p. A6

Um decreto em análise na Casa Civil, preparado pelos Ministérios da Saúde e da Educação, vai dar início a uma nova estratégia do governo para interferir na formação de profissionais da área de saúde. A proposta prevê a criação de um programa de residência destinado a enfermeiros, assistentes sociais ou dentistas, hoje inexistente no País. No orçamento da Saúde, já estão reservados R$ 22 milhões para financiar 1.300 bolsas. "Não há como o governo assistir parado às desigualdades de oferta de médicos em todo o País", avalia a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Maria Luiza Jaeger. A desproporção, que se dá tanto na oferta de cursos de graduação quanto na residência, causa problemas como o enfrentado pelo Ministério da Saúde em 2003, quando tentou reduzir a carência de vagas em Unidades de Terapia Intensiva.

"No Nordeste, várias melhorias foram feitas, mas não havia profissionais para trabalhar nos locais", recorda Maria. Na área de atendimento a recém-nascidos, há somente 55 vagas de residência, nenhuma delas na Região Norte. Em outros locais, sobram médicos de algumas especialidades. "É preciso avaliar as condições por região e, a partir daí, nortear políticas de incentivo para formação de profissionais", avalia o diretor do departamento de Gestão da Educação na Saúde, Ricardo Ceccim.

Para Maria, a criação dos cursos é essencial para fixar profissionais em algumas regiões.