Título: EUA não exigem língua estrangeira
Autor: Denise Chrispim Marin
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/01/2005, Nacional, p. A7

A decisão do Itamaraty de terminar com o exame eliminatório de inglês na prova de admissão à carreira diplomática torna o Brasil parecido com os Estados Unidos. O Departamento de Estado não exige nenhum tipo de diploma escolar ou nível de proficiência em línguas estrangeiras dos jovens americanos interessados em se tornarem diplomatas. Submete-os, no entanto, a um rigorosíssimo exame escrito de conhecimentos de sua própria língua, da história dos Estados Unidos, da geografia e história mundiais e das relações políticas e econômicas internacionais. Aos interessados, oferece a possibilidade de serem testados em uma ou mais línguas estrangeiras, num exame que é feito por telefone. O resultado pode ser usado como pontos adicionais para melhorar a posição de entrada e o progresso na carreira. A grande diferença entre o que se propõe no Brasil e o que existe nos EUA é que o Departamento de Estado opera sua própria Escola de Estudos de Línguas, com dezenas de professores de praticamente todas as grandes línguas vivas nos cinco continentes. A escola dedica-se a preparar diplomatas - do principiante ao embaixador - e demais funcionários de outros departamentos do governo destacados para missões no exterior a tornarem-se fluentes na língua ou línguas do país onde servirão, em embaixadas e consulados americanos ao redor do mundo. Na prática, a maioria dos candidatos admitidos no serviço exterior americano tem diploma universitário e conhecimento de pelo menos uma língua estrangeira. Segundo o Departamento de Estado, nos últimos anos, três quartos dos novos diplomatas possuíam também mestrado ou doutorado, principalmente em Administração, Relações Internacionais, História e Direito.