Título: Captações internas superaram as externas
Autor: Jamil Chade
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/01/2005, Economia, p. B6

As empresas brasileiras captaram mais no mercado doméstico do que no exterior em 2004. Os números fechados ainda serão divulgados pela Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid), mas uma prévia reunindo só fundos, debêntures e notas promissórias emitidas no mercado interno, mostra que o volume (R$ 15,7 bilhões) supera o dobro das captações externas de empresas privadas (R$ 7,5 bilhões). Liquidez no mercado de capitais internacional que se estendeu ao País, alongamento dos prazos aqui e encurtamento lá fora, além de 2004 ter começado com o mercado externo praticamente fechado a empresas brasileiras são os principais fatores citados pelo vice-presidente da Anbid, Luís Fernando Rezende, para o aquecimento doméstico. Também houve o encarecimento dos custos de hedge para operações em dólar.

O cenário continua favorável a ponto de as previsões para o primeiro semestre apontarem um volume igual ou superior de emissão de debêntures em relação a todo o ano passado. É o que projeta o Banco Votorantim, um dos mais ativos do mercado: em 2004, foram dez operações de debêntures e três de fundo de direito creditório no mercado interno e quatro captações externas. Anteontem, o grupo anunciou uma emissão externa de eurobônus no valor inicial de US$ 100 milhões.

Os dados da Anbid indicam até novembro saldo de US$ 13 bilhões para emissões externas, sendo metade correspondente a operações da República. "A outra metade pode dividida em 60% bancos e 40% empresas." Os números disponíveis na CVM mostram captação doméstica de R$ 22,65 bilhões em 2004. Os números finais ainda estão sendo fechados.