Título: Roseana só vai para o governo se sair do PFL, diz Bornhausen
Autor: Rosa Costa
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/01/2005, Nacional, p. A6

Quase dois anos depois de ter rompido com o governo em solidariedade à senadora Roseana Sarney (PFL-MA), o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), afirmou ontem que ela terá de se desligar do partido antes de aceitar o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar um ministério. Bornhausen disse ainda que a senadora tem dado declarações de que vai se desligar, mas até agora não conversou com os dirigentes pefelistas sobre a sua saída. O presidente do PFL adiantou que o desligamento em nada vai alterar o procedimento da bancada, já que a senadora, segundo ele, sempre atuou como uma dissidente, votando a favor do governo. "Não estamos preocupados com número (de senadores) e, sim, com a coerência de atuar como uma oposição responsável e fiscalizadora", afirmou.

Bornhausen procurou ser sucinto ao tratar do assunto. Disse que não iria fazer comentários sobre a decisão de Roseana, preferindo não falar sobre o apoio que ela teve do partido em 2002, quando sua pré-candidatura à Presidência da República implodiu depois de a Polícia Federal ter apreendido R$ 1,34 milhão no escritório da Lunus, empresa de consultoria pertencente a ela e ao marido Jorge Murad

AFASTAMENTO

Em março de 2002, Bornhausen anunciou que o partido se afastaria do governo de Fernando Henrique Cardoso em solidariedade a Roseana. A decisão foi embasada na suspeita de que a invasão da Lunus teria sido planejada com o apoio do Planalto para favorecer o então candidato do PSDB, José Serra. Na época, Roseana obteve ainda do PFL o direito de aparecer em 240 comerciais na TV, tempo este que não foi superado por nenhum outro candidato.