Título: Ministros defendem Lula no 'Libération'
Autor: Gabriel Manzano Filho
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/01/2005, Nacional, p. A5

Os ministros do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, e da Educação, Tarso Genro, assinaram juntos um artigo no jornal Libération, no qual buscam responder às críticas formuladas em diversos países europeus às ações sociais do governo Lula. Após dois anos de mandato, muitos consideram os resultados aquém do esperado. Segundo o texto, publicado ontem, numa página inteira do jornal francês, os dois ministros afirmam que as realizações do governo em 25 meses "permitiram uma mudança substancial na vida de milhões de famílias pobres brasileiras". Eles partem do princípio de que muitas das críticas são mal-intencionadas e não têm base em fatos.

Tarso e Patrus defendem Lula e o Fome Zero, dizendo, entre outras coisas, que "cinco séculos de exclusão não serão superados em poucos anos".

Eles alegam que o presidente comanda o maior programa de apoio às famílias pobres da história do Brasil. Hoje, informam os ministros, cada família brasileira tem uma renda mínima de 25, em média, e 60% dessas famílias vivem abaixo do nível de pobreza - um total de 20 milhões de pessoas, sendo 15 milhões de crianças.

TRABALHO INFANTIL

Patrus e Tarso lembram que, entre as ações sociais promovidas pelo governo petista, destaca-se a luta para abolir o trabalho infantil. O presidente, explicam eles, aprofundou esse projeto e o programa hoje beneficia quase 1 milhão de crianças.

No artigo, eles citam também outras iniciativas, como a construção de restaurantes populares, a abertura de bancos de alimentos e de farmácias populares, o financiamento de habitação popular e cooperativas. Dizem que são "alavancas sociais", completando o quadro introduzido no modelo de desenvolvimento do País.

Paralelamente, dizem Tarso e Patrus, desenvolve-se um diálogo permanente com todos os setores da sociedade, em particular com os movimentos sociais, "ampliando e consolidando a democracia participativa".

Finalmente, no artigo, eles se referem à crise econômico-financeira do início do governo e à ausência de crédito internacional. Ressaltam, porém, que a situação já está mais equilibrada e o Brasil ganha maior credibilidade interna e externa.