Título: Martus assume Planejamento em SP
Autor: Ana Paula Scinocca
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/01/2005, Nacional, p. A8

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pretende concluir até março as mudanças em seu secretariado. O processo deverá ser encerrado no dia 15, data da eleição da Mesa Diretora do Legislativo paulista. As alterações, no entanto, já estão praticamente acertadas. Uma das principais foi anunciada ontem: a saída de Andrea Calabi do Planejamento. O posto será ocupado por Martus Tavares, ex-ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão (de Fernando Henrique Cardoso). A saída de Calabi do governo paulista já estava acertada com Alckmin há algum tempo. Desde agosto, o secretário havia manifestado a intenção de deixar o cargo. Mas o governador insistiu que ele permanecesse no posto por mais alguns meses. Calabi, que já foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), deverá se dedicar à iniciativa privada, segundo disse ontem à reportagem do Estado. Ele fica no governo até o dia 1.º, quando transmite o cargo para Tavares. "Governo é feito porta giratória. Tem sempre uma hora para entrar e outra para sair."

As outras mudanças previstas no primeiro escalão da gestão Alckmin devem ocorrer não por desejo dos secretários, como no caso de Calabi, mas sim por decisão do governador. As alterações vão servir para acomodar aliados - caso do PPS - e tucanos, como o ex-prefeito de Osasco Celso Giglio, cotado para assumir o Centro de Estudos e Pesquisas em Administração Municipal (Cepam) em substituição a Sílvio Torres, que assume cadeira na Câmara dos Deputados.

A saída de Francisco Prado (PTB) da secretaria do Emprego já é dada como certa. A vaga deverá ser preenchida pelo PPS, aliado de primeira hora de Alckmin na Assembléia Legislativa. Maria Helena Guimarães, da Assistência Social, também está na lista dos possíveis demissionários. Segundo fonte com trânsito livre no Palácio dos Bandeirantes, Alckmin estuda a possibilidade de fundir as secretarias do Emprego e da Assistência Social. Neste caso, o PPS ficaria com uma pasta mais polpuda. Outra secretaria que poderá sofrer alteração é a da Cultura. O atual secretário-adjunto, Edmur Mesquita, deve ficar no lugar de Cláudia Costin.