Título: Hospitais, clubes e hotéis no Brasil usam a tecnologia
Autor: Cibele Gandolpho
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/01/2005, Link, p. L7

O uso da biometria para controle de acesso a clubes esportivos já é comum no Brasil. Um dos pioneiros foi o Sport Clube Corinthians, no Tatuapé, que utiliza o Handkey, da empresa Onminet, para o reconhecimento do usuário a partir das medidas da mão. Segundo o Departamento Social do Corinthians, apenas os associados que estão com os pagamentos em dia entram no clube. O equipamento barra os associados que não pagaram a mensalidade.

O sistema foi adotado depois que o clube passou a receber muitos cheques sem fundos. Na portaria, é preciso passar a carteirinha de associado na catraca e colocar a mão sobre o terminal de leitura biométrica, para assegurar que a pessoa é realmente dona da carteirinha. O Handkey custa em torno de US$ 2,3 mil por ponto, sem o software específico para cada estabelecimento.

Na Associação Atlética Banco do Brasil São Paulo, há terminais na portaria e nas piscinas, para garantir que o associado passou no exame médico e está com o documento em dia. O sistema também foi instalado nos restaurantes para que os sócios não precisem andar com dinheiro. O débito é feito em conta corrente.

No hospital Albert Einstein, há um sistema de leitura da impressão digital dos funcionários que têm acesso às salas de computadores das seções de geriatria, central de exames e prontoatendimento.

A Telefônica Empresas aderiu a um sistema de reconhecimento de íris, o Iris Access, para o controle às salas de equipamentos. O equipamento custa cerca de US$ 10 mil e varia conforme a aplicação.

Uma outra possibilidade de biometria é o reconhecimento de retina. Semelhante ao da íris, o sistema lê a parte do fundo do olho da pessoa e não apenas a íris. Mas ainda é pouco usado porque a captura da imagem da retina é difícil e incômoda, pois é necessário que o usuário olhe fixamente para um ponto luminoso infravermelho até que a câmera focalize os padrões e os capture.

Já o reconhecimento facial é pouco usado no Brasil. No aeroporto de Keflavik, na Islândia, o FaceIt, da Visionics Corporation, encontra fotos de criminosos que estejam cadastrados no banco de dados. O programa captura a geometria e as proporções do rosto, e é possível fazer o reconhecimento mesmo que a pessoa esteja de barba, bigode e óculos.

Por fim, o reconhecimento de voz já é mais comum no mercado brasileiro. Basta um microfone e um telefone para capturar a voz do usuário.

O software faz uma análise dos padrões harmônicos da voz e não uma comparação entre reproduções de uma mesma fala. Mas ruídos no ambiente ou alterações na voz, como rouquidão, podem reduzir a precisão.