Título: Biometria: chave no próprio corpo
Autor: Cibele Gandolpho
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/01/2005, Link, p. L7

A biometria permite identificar uma pessoa por meio de suas características físicas, como impressão digital, leitura da íris, reconhecimento da voz, palma da mão e face. É atualmente uma das formas mais seguras de controlar o acesso de pessoas a locais públicos. A tecnologia possibilita a análise matemática de dados biológicos. É como uma chave de segurança que não pode ser entregue ou tomada por nenhuma outra pessoa porque "está" no próprio corpo.

Inicialmente, a idéia foi criar um sistema para auxiliar no combate ao crime. Mas sua precisão é tão grande que a biometria é cada vez mais utilizada em hospitais, aeroportos, clubes esportivos, bancos, departamentos de imigração e até danceterias. No Brasil, tornou-se mais comum desde o início do milênio.

E, embora seja necessário investir na compra dos equipamentos e do software, a manutenção do sistema fica mais em conta do que o controle de acesso por cartões (veja texto ao lado).

O mais popular campo da biometria é o Sistema Automatizado de Identificação de Impressões Digitais (Afis), utilizado desde a década de 80 no Japão e nos Estados Unidos.

Segundo o especialista Alvarez Thomaz Thomaz, os processos de autenticação biométrica são divididos em duas etapas. O primeiro passo é cadastrar os dados do usuário, registrando a característica escolhida como senha de identificação - impressão digital, íris, voz, mão, etc.

O computador registra características como distância entre os olhos e o nariz, ou tamanho das linhas da impressão digital, e transforma esses dados em uma informação criptografada.

A segunda etapa é o uso em si. O usuário mostra sua senha (meio biométrico) ao computador e o software transforma as características em um código. Esse código será comparado ao que está cadastrado.

Existem duas formas de verificar a identidade da pessoa: por autenticação ou identificação. No primeiro caso, os dados da pessoa que quer entrar em determinado local são comparados aos do usuário cadastrado que ela afirma ser.

Já o sistema de identificação lança os dados de determinada pessoa num banco de dados, onde eles são comparados aos de várias outras pessoas até que seja possível determinar a identidade correta. Essa alternativa é usada em sistemas de identificação civil ou criminal, quando não se conhece a identidade da pessoa cujos dados foram coletados.

Embora a biometria por impressão digital seja a mais utilizada, nem sempre é a melhor opção. Há pessoas, por exemplo, que têm a impressão digital um pouco apagada. "Outras têm catarata nos olhos, o que inviabiliza o método da leitura da íris", afirma Thomaz.