Título: Setor público defende a reforma de Tarso
Autor: Lisandra Paraguassú
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/01/2005, Nacional, p. A5

Um grupo de entidades ligadas a universidades públicas defendeu ontem o projeto de reforma universitária do MEC, criticado na semana passada, principalmente, por dirigentes de universidades particulares. Cinco instituições, entre elas a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), entregaram ao ministro da Educação, Tarso Genro, um documento defendendo os princípios do anteprojeto apresentado pelo MEC. "Algumas entidades", comentou o ministro, viram no projeto "uma hostilidade ao ensino privado que não existe. Há hostilidade, sim, contra as instituições que fazem da educação uma mercadoria rebaixada", afirmou. Reunidos em um Fórum Nacional da Livre Iniciativa na Educação, esses dirigentes apontam na reforma do MEC um "viés ideológico" contra o ensino privado, que retira a autonomia das instituições privadas de ensino superior. A proposta está aberta a propostas até 15 de fevereiro. Depois, até maio ele poderá sofrer emendas e ir para o Congresso em junho ou julho. "As mudanças que precisarem ser feitas serão feitas", disse Tarso. Sobre a autonomia, afirmou que a idéia é reforçá-la e não "extingui-la ou submetê-la aos desejos do mercado". Assinam o documento cinco instituições: a SBPC, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Associação Brasileira de Universidades Comunitárias (Abruc), a Associação Brasileira de Universidades Estaduais e Municipais (Abruem) e o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub).