Título: Consumo das famílias deve subir 5,5%
Autor: Márcia De Chiara
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/01/2005, Economia, p. B4

O consumo das famílias, que responde por 56,6% do Produto Interno Bruto (PIB), deverá crescer neste ano 5,5%, segundo estimativas da MCM. "Essa é a maior taxa já registrada desde 1995", afirma o economista-chefe da consultoria, Celso Toledo. A previsão para 2004 é que o consumo das famílias tenha aumentado 4,3% ante o ano anterior. Toledo observa que mantém o prognóstico para o crescimento do PIB em 3%, apesar de sustentar a estimativa de que este ano será um dos melhores para a demanda doméstica. "Não vou negar que neste fim de ano saíram dados de produção industrial muito bons, mas se eu tivesse de revisar, cortaria as projeções de PIB." Ele argumenta que o crescimento mundial para 2005 será menor e que o real valorizado vai representar um superávit também menor no balanço de pagamentos.

De toda forma, o dinamismo da economia brasileira neste ano está no mercado doméstico, seja pelos dados do investimento, seja pelas projeções de crescimento da renda e do emprego. Fábio Silveira, sócio da MSConsult, prevê que o pessoal ocupado deverá fechar o ano com crescimento de 3% e o rendimento real dos salários deve aumentar 0,5%. Com isso, a massa real de salários deverá crescer 3,5% neste ano, ou o dobro, em termos de taxa de variação, na comparação com o ano passado (1,7%). "Isso deverá sustentar um nível de demanda doméstica melhor, a despeito da tendência de elevação das taxas de juros", diz o economista. A MSConsult fez um ajuste mínimo na projeção de crescimento do PIB para este ano, de 3,5% para 3,6%.

Atentas para o movimento de recuperação de renda e emprego, indústrias que produzem bens de consumo não-duráveis ampliaram as projeções de crescimento do PIB para 2005.

A Kimberly-Clark, especializada na fabricação de papel higiênico, fraldas descartáveis, absorventes e guardanapos, entre outros, aumentou de 4% para 5% as projeções de crescimento do PIB para este ano, diz o diretor de Assuntos Corporativos, Marco Antonio Iszlaji. Ele observa que o crescimento da massa salarial terá impacto nas vendas.