Título: PSTU articula a criação de mais uma central
Autor: Mariana Caetano
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/01/2005, Nacional, p. A8

Dissidente da Central Única dos Trabalhadores e presidente do PSTU, José Maria de Almeida é crítico ferrenho da reforma sindical e articula a criação de uma nova central, a partir da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), entidade que reúne sindicatos e movimentos sociais de extrema esquerda contra as reformas sindical e universitária. Durante o Fórum Social Mundial, no dia 30, a Conlutas realiza encontro e deve deflagrar a construção da nova central. Para constituí-la legalmente, aprovada a nova estrutura sindical, a entidade terá de cumprir requisitos de representatividade como a filiação de sindicatos com 20% de suas categorias filiadas em pelo menos 18 Estados, nas 5 regiões do País. "A reforma sindical abre caminho para a flexibilização e diminuição dos direitos trabalhistas", diz Zé Maria. "A reforma é a prova de que a direção da CUT virou base de sustentação do governo Lula." A central sustenta sua autonomia em relação ao governo e vê com ceticismo a iniciativa do PSTU. "Não estamos nada preocupados", já disse Luiz Marinho, presidente da CUT.

Uma das principais frentes de resistência à proposta de reforma sindical tirada do Fórum Nacional do Trabalho está nas confederações e federações de empregados reunidos numa instância paralela, o Fórum Sindical dos Trabalhadores. O FST exige a manutenção da unicidade sindical.

Para Antonio Neto, presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), a unicidade "garante a representatividade". Com a reforma, a CGTB pode perder espaço, pois serão permitidos mais de um sindicato, federação e confederação por categoria (para as novas entidades).

Neto também é contrário à contribuição negocial e define a exigência de comprovação de representatividade de 20% da categoria por sindicato como "falácia": "O movimento sindical no Brasil é um dos mais representativos. O que tem que ser resolvido são problemas como o de empresas que demitem funcionários caso eles se afiliem aos sindicatos."