Título: Programa oferece 112 mil vagas no primeiro ano
Autor: Ana Paula Scinocca
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/01/2005, Nacional, p. A7

O Ministério da Educação juntou, no governo Lula, duas constatações - a de que há vagas sobrando em muitas faculdades particulares do País e a de que tem sido difícil, para jovens negros e minorias indígenas, chegar à universidade. Preparou, então, um plano para "comprar" essas vagas no ensino superior particular e cedê-las como bolsas a essas parcelas de estudantes. Assim nasceu o Programa Universidade Para Todos, ou ProUni, que o presidente lançou no último dia 13 e o ministro Tarso Genro definiu como "o grande projeto deste governo". O ProUni ofereceu neste primeiro ano um total de 112.416 bolsas integrais (para jovens vindos de família com renda per capita até R$ 390) ou parciais (para os que famílias que ganhem até R$ 780). "É um extraordinário começo. Acho que vamos avançar a cada ano e, na medida em que a gente vá provando o acerto da decisão, vai haver muito mais vagas", comemorou no lançamento o ministro Tarso Genro.

Essas bolsas foram negociadas com escolas de todo o País e a seleção dos bolsistas foi feita em três etapas - a terceira não estava no programa, mas tornou-se necessária porque no final da segunda haviam sobrado mais de 20 mil vagas. Cursos como Medicina e Direito foram logo preenchidos, mas, ainda assim, depois da terceira fase sobraram 4.939 bolsas - vagas em áreas que não interessavam aos candidatos ou eram de escolas muito distantes de onde eles moram. As escolas as preencherão por sua conta.

Cerca de 70% dos escolhidos obtiveram bolsas integrais. Minorias indígenas terão vagas na proporção populacional desses grupos nas respectivas regiões. Em troca das bolsas, o projeto prevê a isenção de alguns impostos para as escolas, que ofereceram 10% das vagas. A partir do ano que vem, esse índice cai para 8,5%.