Título: Bancos crescem mais do que PIB
Autor: Rolf Kuntz
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/01/2005, Economia, p. B4

O setor de serviços financeiros, que inclui bancos, seguradoras e outras instituições, terá em 2005 o triplo do crescimento da economia mundial, segundo relatório anual da empresa americana de consultoria Meercer Oliver Wyman. Essa estimativa foi obtida em consultas a dirigentes de empresas financeiras. A economia mundial deverá expandir-se 4% neste ano, de acordo com as previsões correntes. Do ponto de vista dos ganhos do acionista, o desempenho das instituições brasileiras ficou pouco abaixo da média mundial, nos últimos cinco anos, mas acima do calculado para as empresas de várias economias do Primeiro Mundo.

No ano passado, o valor global de mercado dessas empresas - o valor total das ações - aumentou 19% e chegou a US$ 7,5 trilhões. Mantido o ritmo atual, o valor de mercado de 2003 será triplicado até 2013. No passado, a receita foi 10% maior que a de 2003. Os lucros subiram 24% de um ano para outro.

As instituições financeiras americanas foram as que apresentaram melhores resultados entre janeiro de 2000 e dezembro de 2004. Os bancos comerciais e de varejo dos Estados Unidos estão supercapitalizados, segundo o relatório, e a consolidação do setor, por meio de fusões e aquisições, deve continuar. As instituições latino-americanas foram prejudicadas pela volatilidade econômica, mas estão trabalhando, segundo o relatório, para melhorar seu controle de riscos.

Do ponto de vista do acionista, o desempenho das empresas financeiras do Brasil foi inferior ao da Estônia, do Canadá, dos Estados Unidos e do México, mas superior ao de empresas de Israel, Coréia do Sul, Reino Unido, Espanha, Bélgica, Japão e Alemanha.

A comparação é feita com base na evolução do índice de desempenho para o acionista. Esse índice é corrigido por um fator de risco. A comparação é feita com a média internacional. Nesse quadro, 16 países, liderados pela Estônia, tiveram desempenho melhor que essa média nos cinco anos. Vinte e dois ficaram abaixo. O Brasil está no grupo de baixo, logo depois da França e acima da maior parte dos países desse grupo. O estudo foi apresentado ontem no Fórum Econômico Mundial.