Título: Investimentos diretos superam US$ 18 bilhões
Autor: Sheila D'Amorim
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/01/2005, Economia, p. B1

A entrada de investimentos estrangeiros diretos em 2004 superou as expectativas do governo, totalizando US$ 18,2 bilhões. A estimativa do Banco Central (BC) era de encerrar o ano com US$ 17 bilhões. O valor, no entanto, foi fortemente influenciado pela operação de troca de ações da cervejaria AmBev com a belga Interbrew, envolvendo cerca de US$ 4,9 bilhões. Descontada essa quantia, a entrada de recursos novos cai para US$ 13,3 bilhões. Para 2005, o BC já avisou que a estimativa de entrada desses investimentos em US$ 14 bilhões é conservadora. Os dados preliminares deste mês, segundo o chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Luiz Malan, apontam para um aumento do fluxo. Até ontem, os ingressos no País somavam US$ 890 milhões. "Devemos encerrar janeiro com investimentos diretos de US$ 1,2 bilhão ante os US$ 993 milhões do mesmo período de 2004."

Em dezembro, os investimentos diretos totalizaram US$ 3,2 bilhões e, segundo Malan, os recursos foram distribuídos por vários setores da economia, sobretudo para a indústria. A avaliação do BC é que isso é um sinal importante de retomada dos projetos de aumento da capacidade produtiva do País. Em 2004, 52,8% dos investimentos diretos que vieram para o Brasil foram aplicados na indústria e 41,9% no setor de serviços. No ano anterior, a situação foi inversa: a indústria ficou com 33,8% e serviços com 54,7%.

Se por um lado os investimentos de estrangeiros no País devem crescer, as aplicações de brasileiros em projetos no exterior também tendem a aumentar este ano, acredita o BC. Em 2004, houve saída de US$ 9,5 bilhões. Os recursos, explicou Malan, foram investidos por companhias nacionais para criar subsidiárias ou adquirir empresas. Esse movimento está vinculado à necessidade de ampliação da planta produtiva e facilidade de acesso a linhas de financiamento externas, o que deverá se estender por 2005.