Título: Para Amorim, país vizinho 'é vital'
Autor: Ariel Palacios
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/01/2005, Economia, p. B5

Ciente das pressões de Buenos Aires às vésperas da reunião sobre a aplicação de salvaguardas no comércio dos países do Mercosul, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou que o Brasil não quer soluções unilaterais e automáticas para a questão. O chanceler, entretanto, enfatizou que a Argentina "é vital" para o Brasil, e chegou a afirmar que, sem o apoio e parceria do país vizinho, presidido por Néstor Kirchner, o governo brasileiro não teria conseguido mobilizar os países em desenvolvimento para a formação do Grupo dos 20. O G-20, hoje, tornou-se um dos protagonistas nas discussões agrícolas da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).

EM BUSCA DO MELHOR

Para Amorim, o recorde nas importações de produtos argentinos e nas exportações brasileiras para o mercado vizinho é um demonstrativo do alto interesse do Brasil pela Argentina.

Em um sinal de que o governo brasileiro não subestima a importância da economia vizinha, o ministro das Relações Exteriores lembrou que a Argentina conta com um Produto Interno Bruto (PIB) equivalente ao do Estado de São Paulo, "o que não é pouca coisa".

E acrescentou: "O ideal é chegarmos a uma solução sem sabermos de quem foi a proposta. Reconhecemos que há problemas. Mas nós achamos que as soluções não devem ter elementos de unilateralidade nem de automatismo". Amorim observou que "dentro disso, vamos encontrar o que seja melhor".