Título: Bancos de Israel retêm dinheiro das vítimas do Holocausto
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Fonte: O Estado de São Paulo, 20/01/2005, Internacional, p. A18

O governo de Israel e vários bancos do país retêm cerca de US$ 212 milhões de vítimas do Holocausto, concluiu uma comissão parlamentar encarregada de estudar o caso. A investigação mostrou que governo e bancos fizeram poucos esforços para devolver as quantias aos herdeiros, estimados em cerca de 9 mil pessoas. "Nem o Estado nem os bancos deram atenção suficiente a este problema", afirmou a presidente da comissão, Colette Avital. "Israel não deveria agir de modo diferente do que exige de outros países", complementou, referindo-se à pressão israelense para que bancos europeus devolvessem o valor nas contas de judeus mortos nos campos de concentração nazistas.

Trata-se de quantias depositadas por judeus europeus em bancos na Palestina, nas décadas de 20 e 30, então sob ocupação britânica. Os valores se destinavam a empreendimentos ou à criação de uma rede financeira de ajuda aos sionistas. Na 2.ª Guerra, o governo britânico congelou bens e terras dos judeus de países ocupados pelos nazistas. Mas os bancos na Palestina esconderam algumas contas, para proteger os clientes. Após a criação de Israel, a Grã-Bretanha devolveu os valores.