Título: Teles ajudam Bolsa a se recuperar
Autor: Mario Rocha, Silvana Rocha e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/01/2005, Economia, p. B10

Puxado pelas ações das teles, o Ibovespa recuperou-se ontem dos seguidos maus resultados, fechando em alta de 0,76%. Mas no acumulado do mês, o índice registra baixa de 7,35%. O dólar interrompeu a seqüência de duas altas e recuou 0,29%, para R$ 2,71, enquanto o risco país caiu 0,68%, para 437 pontos, e o C-Bond perdeu 0,25%, vendido com ágio de 1,125%. O movimento financeiro na Bovespa foi moderado, R$ 1,125 bilhão. "A Bolsa está 'de lado'. Vai ficar oscilando ao sabor dos fatos do dia-a-dia", comentou um operador. A notícia que mais repercutiu foi a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor nos Estados Unidos em dezembro. O IPC em queda de 0,1% trouxe algum alívio sobre o aperto monetário nos EUA. A queda do petróleo futuro também ajudou.

Os destaques de alta couberam aos papéis de telecomunicações, que vinham apresentando quedas expressivas. TIM Participações PN subiu 6,87%, Embraer ON 4,20% e Tele Centro Oeste PN 3,90%. As maiores desvalorizações foram de Cemig PN (1,86%), Net PN (1,49%) e AmBev PN (1,30%). Os papéis da Vale recuaram, mesmo após a empresa ter anunciado um plano de investimento de R$ 40 bilhões até o fim da década. "Vale subiu no boato e caiu no fato", comentou um operador. O papel PNA perdeu 0,75% e o ON, 0,63%.

O comportamento do comercial foi influenciado pela disputa em torno da formação da taxa média (ptax). A de venda ficou em R$ 2,7185, em alta de 0,20%. O fluxo de entrada positivo e a queda do risco Brasil também favoreceram o recuo das cotações.

Ontem, foram liquidados US$ 326 milhões em títulos cambiais com base na ptax de terça-feira, de R$ 2,7139. Já os vencimentos de hoje, de US$ 1,243 bilhão, terão liquidação e ajustes feitos com base na taxa média de venda de ontem.

A movimentação para sustentar a moeda americana elevou os volumes negociados. O giro total à vista cresceu 65%, para US$ 1,845 bilhão. Na BM&F, os sete vencimentos de dólar futuro negociados projetaram queda. O volume financeiro também aumentou 65%, para US$ 5,35 bilhões.

O mercado de juros passou o dia esperando a decisão do Copom para a Selic, mas acredita que a taxa continuará subindo. A tal ponto que o mercado já colocou um prêmio expressivo no contrato de março, que indica a expectativa de elevação em fevereiro.