Título: Aliados dão R$ 100 mil a Virgílio
Autor: Eugênia Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/01/2005, Nacional, p. A8

Na luta para conseguir fazer do deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) o próximo presidente da Câmara, o movimento Câmara Forte, grupo de parlamentares que lhe dá apoio, fez uma vaquinha entre os 50 deputados mais próximos para mandar imprimir cartazes, buttons e confeccionar 5 mil camisetas com o slogan "A vitória é do Brasil de todos", para a campanha do petista mineiro. Segundo o deputado João Caldas (PL-AL), cada deputado está contribuindo com R$ 2 mil, o que garantiu uma soma de R$ 100 mil para a campanha de Virgílio. Além disso, as contribuições acenam com o apoio de pelo menos 50 deputados (cerca de 10% do total da Casa) para sua candidatura. "Tem muita gente dando dinheiro para a campanha do Virgílio porque ele é um candidato espontâneo, da Casa", disse Caldas.

A campanha para eleger o sucessor do presidente João Paulo Cunha (PT-SP) ganhou esta semana os corredores da Câmara, com a disputa de espaço para afixar cartazes por três dos cinco deputados candidatos à presidência da Casa. Enquanto o candidato oficial do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), tem os custos de sua campanha bancados pelo partido, os candidatos avulsos Virgílio Guimarães e Severino Cavalcanti (PP-PE) contam com a contribuição financeira individual de deputados que apóiam suas candidaturas.

Severino Cavalcanti é outro que tem a campanha bancada pelos correligionários. Segundo sua assessoria, os deputados que apóiam sua candidatura estão dando, em média, R$ 300. Apesar da contribuição modesta, o pernambucano é, por enquanto, o campeão em número de cartazes afixados nas dependências da Câmara. Distribuiu ainda quatro painéis gigantes nas principais entradas do Congresso.

VIAGENS

A campanha de Greenhalgh está sendo financiada pelo PT, a exemplo do que ocorreu há dois anos na eleição de João Paulo Cunha, que, mesmo sem ter adversários na disputa, percorreu o Brasil pedindo votos. Greenhalgh também está viajando pelo País para conquistar votos para sua candidatura. Esta semana foi a Goiânia, Cuiabá, Campo Grande e Florianópolis e hoje deve estar em Curitiba. Assim como Severino, o candidato oficial do PT também já tem cartazes espalhados pela Câmara.

Já os candidatos avulsos José Carlos Aleluia (PFL-BA) e Jair Bolsonaro (RJ), que formalizou ontem sua saída do PTB e vai ingressar no PFL, não fizeram até agora material de campanha. "Não vou fazer nenhum material de publicidade. Minha grande contribuição é chamar os candidatos para o debate", afirmou Aleluia.

A eleição para a presidência da Câmara será no dia 14 de fevereiro. Como os votos devem ser pulverizados entre as cinco candidaturas, as chances de ocorrer segundo turno são grandes.

Para eleger o novo presidente da Câmara são necessários os votos da maioria dos deputados mais um. Um eventual segundo turno terá de ser realizado no próprio dia 14 ou, no máximo, no dia 15 de manhã. É que a Constituição estabelece que o novo presidente da Câmara tem de assumir o cargo até 15 de fevereiro.