Título: PSDB indica Aparecido na Assembléia
Autor: Ana Paula Scinocca
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/02/2005, Nacional, p. A11

O PSDB deve anunciar hoje o deputado Edson Aparecido como o candidato do partido à presidência da Assembléia Legislativa. Além dele, outros dois parlamentares tucanos - Vaz de Lima e Celino Cardoso - também pleiteiam representar a legenda na disputa, mas devem renunciar em favor de Aparecido, nome preferido pelo governador Geraldo Alckmin. "Estamos entrando em acordo", comentou um integrante da bancada tucana na Casa, acrescentando que dificilmente Vaz de Lima e Celino Cardoso se negarão a sair da disputa em favor de Aparecido, que também é presidente municipal do PSDB. "A pressão do Executivo por Aparecido é grande. É ele quem tem mais chances, mais possibilidades", avalia outro tucano.

"O nome de Aparecido foi bem trabalhado e tem consistência", destacou o atual presidente da Casa, Sidney Beraldo (PSDB).

Apesar de parte dos tucanos não prever conflito durante a reunião de hoje, o líder do PSDB na Assembléia, Vaz de Lima, disse que vai permanecer na briga até que a bancada chegue a um acordo. "Não desisti. Eu, o Edson e o Celino vamos continuar conversando até amanhã (hoje). No período da tarde, certamente anunciaremos nossa decisão", afirmou Lima.

A eleição da presidência do Legislativo paulista está marcada para 15 de março. Depois de oficializar o nome de Aparecido hoje, o PSDB vai se concentrar na costura de alianças para compor os demais cargos da Mesa Diretora.

PETISTAS

Legenda com maioria na Casa - 23 deputados contra 20 do PSDB -, o PT já definiu que não vai ter candidato próprio para disputar a presidência. Mas também não pretende facilitar a vida do partido do governador Alckmin.

Hoje, a bancada petista se reúne para começar a elaborar um programa de funcionamento da Assembléia Legislativa. "Atualmente, a Assembléia é subordinada ao Palácio dos Bandeirantes. Queremos um Legislativo independente e autônomo", afirmou o líder do PT, Cândido Vaccarezza.

Apesar de não lançar candidato próprio para a disputa da presidência, o PT deve articular com o grupo dos 10 - formado por parlamentares do PV, PSB e PDT - o lançamento de uma candidatura independente à do Palácio dos Bandeirantes. "Ainda não temos um nome", disse Vaccarezza, prevendo que uma definição deva ocorrer dentro dos próximos 20 dias.

"Não queremos fazer como o PSDB e o PFL de Brasília, que trabalharam na linha do quanto pior melhor", criticou o líder do PT, referindo-se à eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE) para presidir a Câmara. Os tucanos também não acreditam em "efeito Severino" em São Paulo.