Título: Associação de madeireiras culpa governo pelo crime
Autor: Carlos Mendes
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/02/2005, Nacional, p. A4

A Associação das Indústrias Madeireiras de Santarém e Região (Asimas) divulgou ontem nota de repúdio ao assassinato da missionária Dorothy Stang, de 73 anos. No texto, a associação afirma que a religiosa foi vítima da "falta de regularização fundiária" e diz que a ausência de estrutura de órgãos responsáveis pelo setor, "incapazes de dizer a quem pertence a terra, juntamente com a ganância de pessoas inescrupulosas, faz explodir constantes conflitos agrários que só prejudicam a imagem do setor produtivo regional, do Estado do Pará e do Brasil". A associação diz ainda acreditar em "soluções pacíficas" para os graves problemas fundiários. "Precisamos dar um basta nisso, antes que outras vidas ainda venham a perecer."

Segundo a Asimas, o setor de base florestal tem sido alvo constante de críticas quanto a grilagem de terra e destruição de florestas. "Mas é preciso esclarecer que o empresário florestal não quer a posse da terra, apenas a matéria-prima para manter sua indústria", destaca a entidade na nota. "Até agora, infelizmente, o poder público ainda não apresentou uma solução para desvincular essas duas coisas, resolvendo de vez a falta de madeira para a indústria do setor. Nós não desejamos o conflito e nem a devastação ambiental.

Pelo contrário, nós precisamos das árvores em pé. Por isso, defendemos a desburocratização dos projetos de manejo florestal, única forma de garantir a sustentabilidade da floresta." A Asimas ressalta que, assim como Dorothy Stang, também luta pela paz no campo.