Título: Aleluia duvida que disputa acabe logo
Autor: Cida Fontes
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/02/2005, Nacional, p. A7

O candidato do PFL à presidência da Câmara, José Carlos Aleluia (BA), disse ontem que a expectativa do governo de encerrar a eleição hoje, em primeiro turno, não se sustenta em um quadro que assegura, no máximo, 200 votos para os dois nomes que estarão à frente da disputa. Um deles, prevê, será ele próprio, na condição de "verdadeiro representante da oposição". Aleluia rebateu a informação de que o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), teria exonerado o secretário de Educação, o pefelista José Aristodemo Pinotti, para que ele vote em favor do candidato do governo, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT). "Fomos nós do PFL que pedimos a presença do Pinotti para reforçar a bancada na distribuição das comissões técnicas."

O deputado também considerou "falsa, sem fundamento" a possibilidade de ele renunciar à candidatura em cima da hora para atender a um acordo do PFL com o governo. "Isso é loucura. Não tenho motivo nenhum para desistir."

Para Aleluia, a candidatura de Greenhalgh, sim, é que corre o risco de balançar, caso o governo continue pressionando os deputados a apoiarem seu nome. Como exemplo de "estratégia errada", citou o café da manhã com os ministros, organizado pelo presidente da Câmara, João Paulo Cunha, na sexta-feira. "Aquilo foi um desastre. Todos se sentiram oprimidos em ver a máquina do governo à disposição de interesses privados do Planalto", observou.

Segundo ele, o candidato governista, a quem diz respeitar, tem sido alvo de uma série de erros da parte do governo. O primeiro deles Aleluia acredita ter sido a indicação do nome sem ouvir a bancada, o que teria resultado na opção por um deputado "sectário, com dificuldades em vários segmentos, sobretudo os que defendem a iniciativa privada".