Título: 71 jornalistas foram mortos em 2004
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Fonte: O Estado de São Paulo, 26/01/2005, Vida &, p. A12

A Associação Mundial de Jornais (AMJ) anunciou, ontem, que 71 jornalistas e outros profissionais de imprensa foram assassinados em 2004 no exercício da profissão, o pior resultado desde 1994. O Iraque, com 23 mortos (15 em 2003), foi o país mais perigoso para os jornalistas. Os profissionais que continuam trabalhando em território iraquiano são alvos freqüentes de assassinatos e seqüestros, afirmou a AMJ.

Em segundo lugar estão as Filipinas, onde morreram 11 profissionais de comunicação - em 2003, foram sete. Em seguida vêm México e Bangladesh com quatro; Índia, Rússia e Sri Lanka, com três; Brasil, Nepal, Nicarágua e Peru com dois.

"Enquanto um grande número dessas mortes se deve à guerra, ao terrorismo, são igualmente vítimas de assassinatos vários jornalistas que investigam o crime organizado, o tráfico de drogas, a corrupção e outros crimes", disse o diretor-geral da AMJ, Timothy Balding. "A maior parte dos assassinos nunca é presa ou julgada", acrescentou.

IMPUNIDADE

Balding anunciou que sua organização centrará suas atividades na próxima Rodada Mundial da Liberdade de Imprensa, em 3 de maio, na questão da impunidade. Ele lembrou que em mais de 75% das centenas de casos de jornalistas assassinados na última década não se conseguiu apresentar nenhum acusado à Justiça.

Segundo as cifras da AMJ, que inclui todos os profissionais de meios de comunicação mortos no exercício da profissão e aqueles cujo assassinato não teve o motivo esclarecido, o número de mortos na última década só tinha sido superior ao de 2004 em 1994, com 73. Pelos cálculos da AMJ, foram 53 assassinatos em 2003, 46 em 2002, 60 em 2001, 53 em 2000, 70 em 1999 e 28 em 1998.