Título: OAB também vai ao Supremo contra a medida
Autor: Renata Veríssimo
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/01/2005, Economia, p. B3

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) como um pedido para que seja ouvida como "amigo da causa" (tradução do termo jurídico em latim) nas ações de inconstitucionalidade contra a MP 232 movidas pelo PDT e pelo PFL. Segundo o presidente da OAB, Roberto Busato, o governo deixou de "responder as críticas e indagações que o povo vem lhe fazendo". A ordem também vai levar adiante o estudo sobre a carga tributária para apresentá-lo ao Ministério da Fazenda. Um grupo de economistas auxiliará no dimensionamento da carga e na análise do gasto público. Ontem Busato instalou a comissão de tributaristas que estudará a carga de impostos cobrada dos brasileiros. "A MP 232, pelo modo inusitado que veio, sem urgência e quase clandestina, sem qualquer discussão, despertou a indignação de toda a sociedade", disse Busato. "Chegou o momento de se dar um basta a esse estado de coisas." Segundo ele, a atual carga tributária - em torno de 36% do PIB - é confiscatória, além de injusta socialmente. Uma das missões da comissão de tributaristas reunidos, como Ives Gandra da Silva Martins e Osíris Lopes Filho, ex-secretário da Receita Federal, é dimensionar a carga de impostos e contribuições pagos e verificar como têm retornado à sociedade sob a forma de serviços públicos.