Título: Já são 65 ativistas sob ameaça de morte no Pará
Autor: Leonel Rocha
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/02/2005, Nacional, p. A4

Um levantamento da Secretaria Especial de Direitos Humanos mostra que há 65 pessoas ameaçadas de morte no Pará por causa de conflitos agrários. Essa é uma lista preliminar, já que o Grupo de Trabalho do Programa Nacional de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos ainda está concluindo o levantamento, considerado importante para definir um esquema eficaz de proteção policial para cada uma dessas pessoas. A lista está sendo fechada com a ajuda de entidades como a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Sociedade Paraense dos Direitos Humanos. Para coordenar a atividade, o secretário especial de Direitos Humanos, ministro Nilmário Miranda, instituiu um grupo de trabalho, responsável por identificar as violações dos direitos humanos no Pará.

Segundo o governo, o projeto já estava em andamento antes da morte da missionária americana Dorothy Stang, há cerca de duas semanas. Faz parte de um programa nacional, criado no início do mês, que abrangerá mais oito Estados: São Paulo, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Mato Grosso, Paraná, Ceará e Espírito Santo.

Cada um dos Estados terá de estruturar o seu programa, criando um grupo de trabalho para levantar os nomes dos jurados de morte e definindo um treinamento especial para os policiais que atuarão como seguranças das pessoas ameaçadas.

Por causa da gravidade da situação no Estado, o Pará foi o primeiro a criar o grupo, que é coordenado pela defensora pública Anelyse Freitas de Azevedo.

O grupo do Pará começou ontem a fazer um diagnóstico da situação. Por hora, os responsáveis pelo trabalho vão percorrer sete cidades paraenses - Altamira, Anapu, Porto de Moz, Rondon do Pará, Abel Figueiredo, Parauapebas e Marabá.