Título: Polícia vai enfrentar teste de segurança
Autor: Jamil Chade
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/12/2005, Economia & Negócios, p. B12

A conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Hong Kong será um teste para as forças de segurança da cidade e sua relação com a China. A conferência é realizada em um dos locais com a menores tarifas de importação do mundo e que mais segue o princípio do livre-comércio pregado pela OMC. Mas, para a polícia, o evento será um grande desafio. Além dos 6 mil representantes de governos e dos 3 mil jornalistas, espera-se que 10 mil ativistas realizem protestos durante a conferência. Uma semana atrás, uma manifestação reuniu cem mil pessoas pelas ruas de Hong Kong pedindo ao governo um cronograma claro sobre o futuro da democracia na cidade. As ongs divulgaram estudos ontem mostrando que a renda per capita da maioria dos trabalhadores chineses caiu desde 1997 e que é são as condições precárias de trabalho no país que garantem a competitividade chinesa.

A primeira manifestação está marcada para hoje, mas os principais protestos deverão ser realizados no primeiro dia de reuniões, terça-feira, e no encerramento, no dia 18. Hoje, os ativistas já prometem uma primeira manifestação. Mas os principais protestos estão sendo organizados para o primeiro dia de reuniões, terça-feira, e para o encerramento da conferência dia 18.

As autoridades vão colocar 9 mil soldados nas ruas e até nos telhados dos edifícios. Bancos e escolas da região em torno de onde ocorre o evento permanecerão fechados toda a semana e a polícia promete controlar o acesso ao encontro - mas a reportagem do Estado permaneceu anteontem nas salas de reunião onde estarão os ministros por quase meia hora, sem levar nem mesmo uma credencial.

A OMC sempre enfrenta protestos, quase sempre com registro de violência. Desta vez, alguns grupos prometem manifestações pacíficas e os coreanos afirmam que não repetirão as cenas de destruição de outros encontros.