Título: Plano prevê volta da Vasp à operação em março
Autor: Mariana Barbosa, Alberto Komatsu
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/12/2005, Economia & Negócios, p. B16

O plano de recuperação judicial da Vasp, apresentado na segunda-feira ao juiz Alexandre Lazzarini, da 1ª Vara de Recuperação e Falências de São Paulo, prevê a retomada das operações de passageiros até o final de 2006. Antes, em março, a empresa espera voltar a operar com três aviões cargueiros, reativando o serviço Vaspex. No curto prazo, a Vasp pretende ainda prestar serviços para terceiros nas áreas de manutenção de aeronaves e "handling" (operação de apoio de solo, como tratores de malas e escadas).

Elaborado pela Tendências Consultoria, do ex-ministro da Fazenda e colunista do Estado Mailson da Nóbrega, o plano prevê a divisão da Vasp em duas empresas: uma operacional e outra não-operacional. Esta última concentraria a dívida de R$ 3,5 bilhões e também ações judiciais contra a União, Estados, General Electric, entre outros. A Vasp calcula que, uma vez ganhas, essas ações poderão render R$ 4 bilhões, que seriam usados para pagar os credores.

Segundo o diretor da Associação dos Pilotos da Vasp (Apvasp) e membro do grupo de interventores da companhia, Areowaldo Panadés, o plano prevê a criação de quatro fundos, que teriam o controle da empresa não-operacional. "Os credores terão a opção de converter parte ou o total de seus créditos em quotas desses fundos", afirma. Os recursos para a retomada das atividades viriam, ao menos em parte, do patrimônio imobiliário da Vasp, cujo valor declarado em balanço é de R$ 103,1 milhões. Após a publicação do plano no Diário Oficial do Estado, o que deve acontecer logo, os credores terão um prazo para contestações. Depois, o plano precisará ser aprovado pela assembléia de credores.