Título: Líder do segmento de peles exóticas enfrenta crise
Autor: Agnaldo Brito
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/12/2005, Economia & Negócios, p. B7

A Visão Rara, empresa com sede em Goiânia, trabalha com peles exóticas, entre as quais o couro de tilápia, há 15 anos. Desenvolve coleções, cria novidades, exporta. Mas depois de uma década e meia, acha que a atividade ¿ basicamente artesanal ¿ enfrenta uma situação paradoxal, de notoriedade e desprezo. A maior do ramo no Brasil viu a receita cair em 2005. O plano de expansão, planejado no final do ano passado, foi abortado. Agora, a situação levará a empresa a aplicar uma forte redução de custos em 2006. O trabalho especializado, que chama a atenção de clientes internacionais, não vive imune aos problemas macroeconômicos. Numa pequena empresa as questões tributárias e as dificuldades de acesso a capital barato são sempre um tormento. ¿Digo que conseguimos muito respeito por criar, produzir e vender produtos tão particulares e especiais. Mas 15 anos depois, gostaria de ter mais dinheiro do que o respeito que tenho hoje¿, desabafa Eponina Fleury, sócia da Visão Rara.

A situação cambial tirou a empresa do mercado externo. O custo do capital compromete planos de investimento. O faturamento já foi maior, mas neste ano se acomodará em R$ 600 mil, pouco para o tipo de negócio.

A Visão Rara compra o couro que utiliza e acha que a cadeia produtiva com este tipo de pele poderia ser muito mais rentável do que é, principalmente se houvesse algum esforço em atrair os ribeirinhos espalhados por vários cantos do País.