Título: Aécio defende novo rumo para política econômica
Autor: Eduardo Kattah
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/12/2005, Nacional, p. A5

BELO HORIZONTE - O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), acredita que o desafio do candidato tucano à Presidência da República em 2006 será apresentar uma ¿novidade ao País¿, representada, principalmente, pela capacidade de o partido promover uma ¿inflexão¿ na atual política econômica. ¿As pessoas precisam olhar para o PSDB e não enxergar apenas o passado. Têm que enxergar o futuro, algo novo. E precisamos também ter a humildade de fazer uma auto-análise de onde acertamos mas, sobretudo, de onde erramos para apresentar ao País um novo projeto de desenvolvimento¿, disse, em entrevista ontem à Rádio CBN, em Belo Horizonte.

O PT, segundo ele, executa no governo uma política econômica com os mesmos pilares da adotada por Fernando Henrique. ¿A diferença é que o PSDB dá segurança aos mercados.¿ ¿O que é muito importante para fazermos uma inflexão na política econômica, possibilitando uma retomada mais vigorosa do crescimento¿.

Aécio criticou as taxas de progressão do Produto Interno Bruto (PIB) nacional no governo Lula. Na sua opinião, o ¿despreparo¿ de boa parte dos ¿gerentes¿ que cercam o presidente impede que os índices sejam maiores. ¿Em média, o Brasil cresce menos da metade do que os principais países em desenvolvimento e pelo menos um terço menos do que os principais vizinhos da América do Sul¿, afirmou. ¿Os quadros do PT são absolutamente despreparados para o desafio de governar o Brasil.¿

Para ele, ¿o questionamento¿ do PT em relação à política econômica contribuiu para elevar os juros. ¿Muitas vezes, ao ministro Antonio Palocci (Fazenda) eram cobradas inflexões diárias na economia e, com isso, ele tinha de mostrar o inverso. Isso certamente não ocorreria num governo do PSDB.¿

O governador prevê uma eleição presidencial ¿extremamente acirrada em razão da profundidade¿ da crise. Para ele, Lula (caso tente a reeleição) ¿pagará um altíssimo preço pessoal¿ na campanha, mas sua força não deve ser menosprezada. Aécio reiterou que o candidato tucano só será definido em março. Apesar de não descartar seu nome como presidenciável, admite que a escolha provavelmente se dará entre o governador paulista, Geraldo Alckmin, e o prefeito de São Paulo, José Serra.