Título: Cartão corporativo muda para reduzir saques
Autor: Lu Aiko Otta e Tânia Monteiro
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/12/2005, Nacional, p. A5

BRASÍLIA - O governo alterou as regras para o uso do Cartão de Pagamento do Governo Federal, mais conhecido como cartão de crédito corporativo, para reduzir os saques em dinheiro na compra de produtos para repartições públicas ou pagamento pela contratação de serviços. Seguindo sugestão do Tribunal de Contas da União (TCU), o governo emitiu um decreto que aperfeiçoou as normas de utilização do cartão. A forma anterior obrigava o servidor responsável pelas compras a fazer grande número de saques para efetuar os pagamentos.

Pela regra anterior, segundo a Casa Civil, o servidor que fosse pagar, por exemplo, fatura de R$ 25 mil pelo aluguel de carro numa viagem presidencial, enviada posteriormente à contratação do serviço, teria de fazer vários saques em dinheiro para quitar o débito. Isto porque não era permitido que a fatura fosse paga de uma vez, diretamente no Banco do Brasil, que administra o cartão.

O Ministério do Planejamento, gestor do cartão, foi o responsável pela alteração. Ontem, o ministro Paulo Bernardo defendeu a nova regra. ¿É uma medida operacional para poder quitar sem precisar pagar com dinheiro¿, disse. Segundo Jorge Hage, secretário-executivo da Controladoria-Geral da União, os saques são necessários em algumas situações, mas devem ser cada vez menos realizados pelos servidores. ¿O controle dos saques só pode ser feito depois que o dinheiro foi retirado. Por isso, é positiva a decisão do Planejamento de fazer a alteração.¿ Hage disse que o cartão corporativo foi criado no governo passado para substituir outra forma de gasto por meio da emissão de cheques.

De acordo com ele, é impossível acabar com os saques, porque em alguns casos, como operações da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), servidores precisam de dinheiro em espécie para as atividades.