Título: Em estado grave, Monalisa, 21, fica na UTI
Autor: Mariana Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/12/2005, Metrópole, p. C1

¿Viemos do Guarujá de moto e, antes de sair de casa, imaginamos que poderia acontecer de tudo: acidente na estrada, assalto, trânsito... Mas nunca passou pela minha cabeça estourar uma bomba do meu lado¿, dizia, desolado, ontem à noite, o vigilante Marcílio Rozeno da Silva, de 25 anos. Com o sangue da namorada, Monalisa Fagundes, de 21 anos, nas roupas, ele aguardava notícias na sala de espera do PS do Hospital do Servidor Público Municipal. Socorrida pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) com traumatismo craniano grave, Monalisa foi submetida a uma cirurgia na tarde de ontem. Deixou a sala de operação por volta de 22 horas. Em estado gravíssimo, deve permanecer internada na UTI nos próximos dias. Na ambulância, por mais de uma vez, no colo do namorado, chegou a abrir os olhos e reclamar de dores na parte de trás da cabeça, local da lesão. ¿Hoje a gente faz dois meses de namoro¿, contou o vigilante, abraçado ao capacete da namorada. O casal estava na 25 de Março desde cedo para fazer compras.

O namorado, que não sofreu nenhum arranhão, não soube informar se havia pregos ou outros materiais na bomba. ¿Fiquei sabendo que tinha pregos só depois que vi uma reportagem na televisão. Na hora da explosão, ficou no ar um forte cheiro de pólvora.¿

Após o barulho, houve correria, segundo o vigilante. ¿Ninguém sabia o que estava acontecendo direito. Muita gente estava gritando. As pessoas não se tocaram de que era uma bomba, achavam que era rojão. Tinha gente machucada no chão. E eu só pensava em ajudar a Monalisa. Peguei ela nos braços e levei até os guardas.¿