Título: Bush diz que mantém as escutas sem autorização
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Fonte: O Estado de São Paulo, 20/12/2005, Internacional, p. A11

Em sua última entrevista coletiva do ano, ontem, o presidente George W. Bush considerou a intervenção militar dos Estados Unidos no Iraque como "chave" na estratégia da luta contra o terrorismo mundial. E voltou a defender sua decisão de autorizar a Agência de Segurança Nacional (NSA, sigla em inglês) a fazer escutas em território americano sem ordem judicial. No caso das escutas, denunciado pelo jornal The New York Times na semana passada, Bush disse que agiu como presidente, não violou nenhuma lei e avisou o Congresso: "Continuarei autorizando enquanto perdurar a ameaça terrorista contra os cidadãos americanos." Bush se mostrou contrariado com a insistência dos repórteres em abordar a questão.

Ele insistiu em que as escutas levadas a cabo pela NSA (o maior serviço de inteligência do país com mais de 30 mil funcionários e agentes) foram sempre de comunicações a partir dos Estados Unidos com o exterior e vice versa. Essas conversações, segundo Bush, eram entre suspeitos de pertencer à Al-Qaeda, a rede terrorista de Osama bin Laden. "A segurança dos cidadãos americanos é uma prioridade máxima", insistiu.

O presidente americano afirmou que a divulgação dessa atividade (pelo jornal) prejudica a luta antiterrorista. Bush utilizou-se do mesmo argumento para pedir ao Congresso a prorrogação da vigência do Ato Patriótico - um instrumento jurídico que facilita a atuação das forças de segurança (segundo seus críticos, viola os direitos civis dos cidadãos).

Em relação ao Iraque, ele repetiu o que já vinha dizendo desde o início do mês. Descartou a possibilidade de uma retirada militar prematura das forças americanas do país árabe e classificou as recentes eleições iraquianas como exemplo de democracia no coração do Oriente Médio.