Título: Raquel é absolvida por falta de provas, mesma razão que livrou Mabel
Autor: Denise Madueno
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/12/2005, Nacional, p. A6

O mesmo argumento que serviu para absolver o líder do PL na Câmara, Sandro Mabel (GO), do pedido de cassação foi utilizado pela Mesa da Casa para arquivar o processo contra a deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO), que o acusou: a falta de provas. Para pedir o arquivamento do processo da deputada, o corregedor da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), se baseou no trabalho do Conselho de Ética no julgamento do processo de Mabel. Raquel acabou como principal testemunha contra Mabel ao revelar que, em fevereiro de 2004, o líder lhe havia oferecido R$ 30 mil por mês e mais R$ 1 milhão no final do ano se trocasse o PSDB pelo PL.

Mabel, que negou a oferta, entrou com processo contra Raquel, acusando-a de ter mentido. O conselho decidiu absolver Mabel, dando-lhe o benefício da dúvida, porque não conseguiu provas sobre quem dizia a verdade, se ele ou a deputada. "Há apenas uma palavra contra a outra", concluiu o relator do processo no conselho, deputado Benedito de Lira (PP-AL), no julgamento de Mabel.

O líder e a deputada chegaram a participar de uma acareação e vários depoimentos foram tomados. Durante a votação do processo no conselho, muitos deputados fizeram questão de declarar que o apoio ao parecer do relator que livrou Mabel não significava que o fato denunciado pela deputada não tivesse existido.

No entendimento do corregedor, se o conselho, ouvindo testemunhas e investigando a denúncia, não conseguiu responder qual dos dois falava a verdade e qual mentia, não cabia a ele propor pena para a deputada. A conclusão do corregedor foi aprovada por unanimidade na Mesa da Câmara, na reunião de quarta-feira passada.