Título: Elogios à habilidade do chanceler
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/12/2005, Economia & Negócios, p. B6

Um dos jornais mais importantes da França, Le Figaro, publicou uma entrevista com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, na qual ele citado como o líder do grupo de países emergentes, o G-20. Estes são os principais trechos da entrevista Le Figaro - Os países entraram em acordo para fixar um prazo para o fim dos subsídios agrícolas à exportação. Que balanço o senhor faz do encontro?

Celso Amorim - O resultado foi fraco, mas é melhor do que nada. Preferíamos ter uma oferta permitindo derrubar as barreiras aduaneiras. Mesmo que essa operação não seja nosso objetivo principal, ela teria tido ao menos o mérito de criar uma círculo virtuoso de negociações, nos permitindo obter a nossa principal demanda: a redução dos subsídios internos à produção nos Estados Unidos e na União Européia.

A UE al de O que o senhor pensa desea Leum dos líderes do groGi

O Brasil, que pode ser considerado de uma certa forma como um país desenvolvido, se fez porta-voz dos países em desenvolvimento. O Senhor está preparado para defender os interesses deles?

Esta é bem uma visão de país rico. Você apresentou essa mesma questão para a Tanzânia? Quando falo a meus amigos africanos, eles consideram o Brasil como porta-voz de seus interesses. Quanto ao G-20, nunca pretendemos que ele formasse um grupo homogêneo. É justamente sua capacidade de conciliar diferentes interesses que constitue sua força e sua beleza. Desde a sua criação, afirma-se que o G-20 terminaria no final de dois meses. Já fazem dois anos e meio que ele existe.

O jornal francês "La Tribune" publicou, em sua edição de segunda-feira, a seguinte nota sobre o chanceler brasileiro Celso Amorim:

"Em inglês, francês ou português, Celso Amorim, ministro brasileiro das Relações Exteriores, se impôs esta semana como uma pessoa chave nas negociações. Antigo produtor de cinema, o diplomata de 63 anos que passou pela Universidade de Viena e pela London School of Economics reuniu em torno de si, numa coalizão eclética, um conjunto de países em desenvolvimento para denunciar o desprezo das nações desenvolvidas em relação aos pobres. 'Tanto em áreas ministeriais como em conversas confidenciais, ele impressionou pelo conhecimento que tem dos documentos e pela agressividade', afirma um diplomata europeu.

'Ele tem uma fina habilidade', diz outro diplomata francês. Irônico, o ministro conseguiu sozinho, apenas com suas declarações, salvar os Estados Unidos e demonizar a União Européia, que 'não dirige o mundo' e 'deve compreender que é ela quem deve se adaptar'."