Título: A GUERRA DO GÁS
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/01/2006, Internacional, p. A9

SUBSÍDIO - A Ucrânia paga US$ 50 por mil metros cúbicos do gás russo, valor bem abaixo dos países da Europa Ocidental (em média US$ 240, dependendo da distância). O subsídio é herança da União Soviética, na qual a Ucrânia era um dos pólos industriais.

REAJUSTE - O monopólio russo de gás Gazprom, controlado pelo Estado, quer que a Ucrânia pague US$ 230. O governo ucraniano pede um período de transição de três anos. Além disso, acusa a Gazprom de descumprir o contrato de agosto de 2004, para fornecimento a US$ 50 até 2009. A estatal alega que o contrato prevê reajuste anual.

DOIS PESOS - A Ucrânia acusam a Gazprom de quase quadruplicar os preços por motivos políticos, já que recentemente renovou contratos com a Bielo-Rússia (aliada de Moscou), por US$ 47. O presidente ucraniano, Viktor Yushchenko, tem adotado políticas de distanciamento da Rússia e aproximação da União Européia. Quando a Gazprom renovou o contrato por US$ 50, em agosto, o governo na Ucrânia era pró-russo.