Título: Turbulência em meio século de relações
Autor: Ariel Palacios
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/01/2006, Economia & Negócios, p. B5

Em 1956, por conselho do economista Raúl Prebish, a Argentina - governada por uma Junta Militar - entrava para o Fundo Monetário Internacional (FMI). Dois anos depois, o presidente civil Arturo Frondizi fazia o primeiro empréstimo. De lá para cá, a relação do Fundo com o país oscilou entre o amor e o ódio. Em 1973, Juan Domingo Perón voltou ao poder. Mas, apesar de criticar o Fundo, manteve os acordos. Em 1976, um golpe levou ao poder uma Junta Militar. Com José Martínez de Hoz no Ministério da Economia, uma ciranda financeira levou o país à crise e à suspensão de pagamentos ao FMI em 1981. Mas, em 1982, com a derrota na Guerra das Malvinas, o FMI voltou a emprestar ao país. Com a volta à democracia, em 1983, e a posse de Raúl Alfonsín, as relações voltaram a ser tensas. O cenário só foi alterado com Carlos Menem (1989-99), considerado pelo então diretor-gerente do Fundo, Michel Camdessus, "o melhor presidente da Argentina nos últimos 50 anos". Em 2001, no governo De la Rúa, o "modelo argentino" começou a naufragar. O presidente renunciou e três dias depois Rodríguez Saá anunciou o calote da dívida com os credores privados, mas manteve os pagamentos ao Fundo