Título: Aliados Podem ter papel decisivo na escolha
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/12/2005, Economia & Negócios, p. A12

Consenso é a palavra de ordem entre os tucanos para a definição do melhor candidato a presidente pelo partido em 2006. Tanto os defensores da candidatura de José Serra como os fiéis escudeiros de Geraldo Alckmin pregam que o nome será acordado entre eles - o que deve ocorrer em março. Mas sobram argumentos de defesa e ataque entre eles. Do lado de Serra, a plataforma pré-eleitoral se baseia no fato de que ele é um político conhecido nacionalmente, com maior potencial de votos, experiência administrativa federal e pode ter a imagem atrelada a programas dirigidos às camadas mais pobres, onde Alckmin teria entrada limitada.

Para os serristas, Alckmin é pouco conhecido nacionalmente - principalmente no Norte e Nordeste - e não é a segunda opção entre os eleitores de Serra. Para o grupo, o fortalecimento de Lula e de Anthony Garotinho (PMDB) nos cenários da pesquisa CNI/Ibope, em que Serra é excluído, mostra que seus votos não migram naturalmente para Alckmin.

Já os defensores do governador têm dois fortes argumentos: a preferência do empresariado por ele e a inexistência de índices de rejeição, já que é uma figura pouco conhecida. Para um parlamentar ligado ao governador, o fato de ter atingido 20% nas pesquisas, sem ser conhecido nacionalmente, mostra que após o início da propaganda eleitoral a tendência é de mais crescimento.

A escolha do candidato passará não só pelos interesses dos dois grupos do PSDB de São Paulo, mas também pelo crivo de uma série de outras lideranças tucanas e do acordo que será definido com o aliado PFL.