Título: Publicidade mira Estados de rivais do presidente
Autor: João Domingos
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/01/2006, Nacional, p. A5

Como parte da ofensiva do ano eleitoral, o Palácio do Planalto deu início a uma forte campanha publicitária sobre as realizações do governo federal em cinco dos seis Estados mais populosos e no Distrito Federal. A campanha, que custou R$ 20 milhões, está sendo levada para os Estados onde há virtuais candidatos a presidente da República e onde a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu sérios desgastes. Feita pela agência Lew, Lara, ela se estenderá por 15 dias, de acordo com informações do Planalto. Na terça-feira, já como parte dessa operação, o presidente lançou um pacote de obras de infra-estrutura em rodovias, hidrovias e energia que supera tudo o que fez nos três primeiros anos de governo. Em março, será leiloado o ramal Norte da Ferrovia Norte-Sul, com 720 quilômetros; em abril, aberta a concessão de oito rodovias no Sudeste e Sul e, em maio, serão ofertadas seis hidrelétricas, entre elas duas em Rondônia, que custarão R$ 20 bilhões.

Dos seis Estados mais populosos, somente a Bahia, em quarto, não receberá a campanha, nem por TV nem por rádio ou outdoors. A Bahia, porém, não tem pré-candidato de nenhum partido a presidente da República. O programa Bolsa Família, que será muito explorado como fator de realização social e apelo eleitoral, está presente em todas as regiões selecionadas.

O segundo Estado mais populoso do Brasil é Minas Gerais, com 17,89 milhões de habitantes, de acordo com o IBGE. O governador Aécio Neves (PSDB) também é pré-candidato pelo PSDB; os mineiros verão da campanha publicitária os capítulos sobre Bolsa Família, o Programa de Financiamento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Luz para Todos, as verbas para a construção do metrô de Belo Horizonte, a duplicação da Rodovia Fernão Dias e o apoio às universidades.

Terceiro Estado mais populoso, com 14,3 milhões de habitantes, o Rio de Janeiro tem, entre os pré-candidatos, o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB), feroz opositor do presidente Lula. A campanha no Estado chama a atenção para o alcance do Bolsa Família, das 450 mil vagas para carentes criadas pelo ProUni, a retomada da indústria naval e a construção da plataforma P-50, da Petrobrás, entre outros.

No Rio Grande do Sul, onde o governador Germano Rigotto (PMDB) é um possível rival, serão destacados o Bolsa Família, o Pronaf, o combate à seca e projetos habitacionais. No Paraná, Roberto Requião (PMDB) é um antigo aliado que poderá também sair candidato. A campanha mostrará ali também o Bolsa Família e o Pronaf, como destaques, além da recuperação da Régis Bittencourt. A sexta unidade escolhida é Brasília, onde também haverá espaço para um projeto de esportes, o serviço de ambulâncias e a reforma do Aeroporto.